terça-feira, 8 de março de 2011

A Mula de Balaão

A Bíblia mostra um relato curioso envolvendo o advinho Balaão (Números, capítulo 22). Ele foi requisitado por Balac, rei de Moab, para amaldiçoar o povo de Israel nas proximidades de Jericó. O procedimento foi cuidadoso. Balac parece que não confiava nas forças humanas para combater os hebreus. Por isso, apela aos feiticeiros e advinhos, coisa que o faraó do Egito, também fizera no passado... Mandou embaixadores levando dinheiro para contratar os serviços do profissional. Na primeira vez, o curandeiro recusou-se a ir. Teve "pressentimentos" negativos enquanto dormia. Na segunda vez, acabou aceitando a amarga proposta de lutar contra Deus. Enquanto punha-se em marcha acompanhado dos colaboradores, sua mula empacou-se, e por nada desse mundo, retomava o caminho. Ela via o anjo do Senhor com sua espada na mão. Por três vezes, Balaão quase matou o bicho de tanto bater-lhe. Não agüentando mais apanhar o inédito aconteceu: a mula falou! O feiticeiro nem se deu pelo inédito. Foi preciso que o anjo abrisse-lhe os olhos para que notasse sua presença. Nesse caso, o feitiço virou contra o feiticeiro. Quem saíra com a intenção de amaldiçoar, teve que abençoar por três vezes, o povo eleito!
Às vezes, penso que nos parecemos com Balaão. Gostamos de dar murros em pontas de facas não desistimos de certos objetivos nem que a vaca tussa. Pode acontecer que a vaca venha a tossir e ainda assim, a gente não reflita sobre a possibilidade de estarmos no caminho errado. Se Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, Ele não há de cuidar também de nós? Então porque não confiar mais um pouquinho em sua providência? É claro que devemos lutar pelos nossos objetivos e pela realização de nossos sonhos. Mas, quando tudo parece dar errado, isso não pode ser um sinal de Deus? Quem sabe existe um anjo também em nosso caminho impedindo nossa passagem para o erro... Em vez de esfolar a mula, não seria melhor, tirar o cavalo da chuva?
A pobre mula de Balaão é que pagou o pato pela sua cegueira. Hoje temos outras mulas que sofrem com nossas obstinações. Talvez, sofra a mulher, os filhos, os empregados, ou a família toda. Alguns, para subir na vida ou alcançar os objetivos não se importam de causar terríveis sofrimentos aos outros. A mula de Balaão enxergava mais do que o dono. Na verdade, ele é que era o burro da história. Foi preciso uma intervenção direta de Deus para que mudasse seu propósito inicial. Os sinais, embora evidentes, não bastaram. Tome cuidado. Não espere a mula falar ou a galinha nascer dentes para mudar de opinião ou de trajetória...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A multiforme sabedoria de Deus

"Para que a multiforme sabedoria de Deus seja agora dada a conhecer por meio da igreja aos principados e potestades nos lugares celestiais" (Efésios 3:10).
Neste capítulo 3 de Efésios começa falando de um mistério que Deus não tinha dado a conhecer em outras gerações. E diz que esse mistério foi dado a conhecer a igreja por meio dos seus apóstolos e profetas.
No tempo em que o Senhor Jesus esteve na terra, o Pai trouxe à luz este mistério. Tirou-o do seu coração e mostrou aos homens. O primeiro a receber a revelação deste mistério foi Pedro em Cesárea de Filipo. Entretanto, quem alcançou um conhecimento mais profundo dele foi o apóstolo Paulo. Este mistério é o Senhor Jesus Cristo.
A multiforme Sabedoria
Aqui em Efésios 3:10, nos apresenta este mistério como a Sabedoria de Deus, a multiforme Sabedoria, que agora é dada a conhecer por meio da igreja aos principados e potestades. A Sabedoria de Deus é Cristo; portanto, o que se dá a conhecer por meio da igreja é o próprio Cristo. Cada vez que a igreja se reúne, dá testemunho e expressa o Senhor Jesus Cristo.
Aqui nos diz que a Sabedoria de Deus é multiforme. Quer dizer, Cristo tem muitas formas, e se expressa de muitas maneiras. Através da igreja, Cristo é mostrado de uma maneira preciosa. Cristo é tão grande, tão precioso, que ele não pode ser expresso só por uma ou duas pessoas. necessita de toda a igreja para fazê-lo.
Por isso existem quatro evangelhos e não um. Porque um só evangelho não podia expressar tudo o que Cristo é. O evangelho de Mateus mostra Cristo como o rei. Marcos nos mostra ele como Servo. Lucas como o Filho do Homem. E João como o Filho de Deus. Ao unir todas estas quatro diferentes visões de Cristo, podemos ter um conhecimento mais completo do que ele é. Ele é Rei, mas também é Servo. Ou, dito de outra maneira, ele é um Rei humilde. É Homem e Deus, tal como nos mostram isso em Lucas e João. Parece uma contradição, mas não é; essa é a realidade de Cristo.
Como poderia um só homem mostrar esses diferentes aspectos de Cristo? É necessária a pluralidade para expressar a Cristo. Por isso, só a igreja, em sua pluralidade, pode expressar totalmente a Cristo.
Se lermos Efésios capítulo 4: 11 encontramos cinco ministérios. Ali estão os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Através deles, o Senhor capacita a igreja; mas na realidade, estes cinco ministérios são cinco expressões de Cristo. Cristo é o verdadeiro Apóstolo, o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o bom Pastor, e o grande Mestre. Assim que cada um destes cinco ministérios expressa cinco aspectos da maravilhosa pessoa de Cristo.
Quando lemos o Novo Testamento, achamos especialmente a três autores: Pedro, Paulo e João. Eles são três dos maiores escritores do Novo Testamento, ao mesmo tempo que foram os três maiores apóstolos do Novo Testamento. Cada um deles tem um caráter próprio. Embora o Senhor tenha tratado com cada um deles, nunca anulou o seu caráter. Embora eles fossem transformados à semelhança de Cristo, nunca deixaram a sua peculiaridade. Cada um deles expressa a Cristo de uma maneira diferente. Pedro o expressa de uma maneira, Paulo de outra, e João de outra.
É muito importante ver que nós fomos criados de uma maneira distinta uns dos outros, que temos um caráter diferente. Deus necessita de todos os caracteres, de todo tipo de pessoas, porque assim ele vai poder expressar através de cada um deles esta multiformidade da Sabedoria de Deus.
Alguns pensam que para sermos feitos semelhantes a Cristo, temos que perder as nossas características individuais, e nos converter em algo assim como clones de Cristo. Mas se tivesse sido essa a vontade de Deus, teria sido muito fácil para Deus criar clones. Mas o longo trabalho que o Espírito Santo faz em nós hoje, um trabalho muito paciente e meticuloso, é para nos transformar na imagem de Cristo sem deixar de ser o que nós somos. Sem anular a nossa alma. Uma coisa é o quebrantamento da alma e outra é a anulação da alma.
Nós temos uma alma que expressa a nossa personalidade. E cada alma quebrantada é um dos destaques de Cristo mostrado às potestades superiores.
Iridescente
A palavra "multiforme" de Efésios 3:10, no grego, é uma palavra muito rica em significados. Não se refere simplesmente a algo que tem muitas formas, mas a algo que emite muitos brilhos de luz multicoloridos. Cristo é uma realidade iridescente.
Imediatamente isto nos leva a associá-lo com as pedras preciosas. Na natureza existem as pedras preciosas, que podem expressar o colorido e o brilho de uma maneira especial. Na Bíblia, as pedras preciosas ocupam um lugar muito importante, porque são muito ilustrativas a respeito da obra do Espírito Santo no homem.
No peitoral do sumo sacerdote havia doze pedras preciosas, e cada pedra representava uma tribo de Israel. E cada pedra tinha uma cor e uma história diferente. Quando nós vamos ao Novo Testamento, de novo encontramos as pedras preciosas, na Nova Jerusalém, associadas aos doze apóstolos do Cordeiro.
O que na natureza pode expressar melhor o brilho e o colorido são as pedras preciosas. As pedras nas Escrituras representam o caráter que o Espírito Santo está forjando em nós.
É verdade que hoje somos pedras vivas, mas ainda não somos pedras preciosas. Somos pedras em processo de transformação. Ainda somos pedras opacas, que ainda não damos o brilho desejável. Como uma pedra do caminho, que não deixa passar a luz através de si. Não tem nenhuma transparência nem brilho. Assim somos muitos de nós ainda. Aquilo de Cristo que deveríamos mostrar ainda encontra resistência em nós.
As pedras preciosas se formam por meio das altas pressões e as altas temperaturas. Assim também, através dos diversos e numerosos tratamentos, o Espírito Santo vai transformando em pedras transparentes, para que a luz de Cristo possa passar por nós e tomar a cor que corresponde a cada um de nós.
Cada um de nós tem sido chamado a ser uma pedra preciosa; assim Cristo se expressará através de nós com cores diferentes - a cor do nosso caráter, da nossa personalidade. De modo que quando os anjos e as potestades superiores, olharem para a igreja, eles possam ver, espiritualmente falando, muitos brilhos, muitas cores, que é o que o Espírito Santo terá formado em nós. Quer dizer, o que de Cristo terá sido formado em nós, que não será o mesmo em todos, mas segundo a peculiaridade de cada caráter, segundo a expressão particular de cada um.
Por isso é que Pedro é diferente do Paulo e de João. Quando lemos as epístolas de Paulo, tocamos a Cristo, mais precisamente, ao Cristo de Paulo. E quando lemos ao Pedro, tocamos o Cristo de Pedro. Quando lemos João tocamos a Cristo de João. Não é que sejam três Cristos, é um e o mesmo, mas se expressa de três diferentes maneiras.
Assim, se nós hoje formos 25 irmãos reunidos aqui, e se tivermos sido tratados de alguma forma pelo Espírito Santo, haverá 25 expressões diferentes de Cristo. Um mostrará melhor a paciência de Cristo, outro mostrará melhor a ternura de Cristo, outro mostrará melhor a autoridade de Cristo, outro a generosidade de Cristo, a doçura de Cristo, etc. Assim, em todos nós, em conjunto, serão mostradas todas as características de Cristo.
Quando lemos Mateus capítulo 5, encontramos 9 bem-aventuranças, que são nove expressões de Cristo. E em Gálatas capítulo 5 encontramos as 9 manifestações do fruto do Espírito, que é o caráter de Cristo. Assim é expressa a multiformidade de Cristo.
Do individual ao coletivo
Nenhum de nós vai alcançar jamais toda a estatura da plenitude de Cristo. Porque a estatura da plenitude de Cristo só pode ser alcançada pela igreja em seu conjunto. É na igreja onde Cristo é mostrado em toda a sua formosura, não em um homem em particular.
Por isso o Senhor está trabalhando em nós tão fortemente, para nos tirar do nosso individualismo. Nós crescemos rodeados de um tipo de cultura, de uma espécie de educação e de uma filosofia, centradas no individualismo. Ensinaram-me que eu sou a unidade total, como se eu fosse o tudo. Entretanto, quando nós vemos a pluralidade de Cristo, quando vemos a formosura da igreja, começamos a dar-nos conta que nós em particular não somos a unidade, mas apenas uma parte da unidade. E que a unidade é todos nós em conjunto. Todos nós vamos expressar as belezas de um mesmo Cristo, mas cada um de um modo particular.
Deus está nos tirando do nosso individualismo e está nos trazendo para a pluralidade, para o sentido de corpo, à consciência do coletivo. Eu não basto para mim mesmo. Nenhum de nós se basta para si mesmo. Eu necessito de Cristo que o meu irmão tem. Há um pouco de Cristo que ele tem e que eu não tenho; portanto, eu necessito dele.
Dietrich Bonhoeffer dizia: "O Cristo do meu irmão é maior que o Cristo que há em mim". O que quer dizer com isso? É que há muitos Cristos? Não, não é isso. Só que eu tenho uma medida de Cristo que é insuficiente. Por isso muitas vezes estou abatido, por isso muitas vezes tropeço e caio, por isso muitas vezes perco a fé. Mas quando encontro o meu irmão, e ele ministra-me de Cristo, eu sinto que o Cristo dele é mais forte que o meu, então sou fortalecido. Cristo quer expressar-se através de muitos, e não através de uma só pessoa. Cristo quer que vivamos a sua vida corporativamente, não em forma solitária e auto-suficiente.
Agora, este caminho, que vai do individual para o coletivo, é um caminho bastante doloroso. Quando nós começamos a nossa carreira cristã, somos muito seguros de nós mesmos, e temos muitas ambições espirituais. Desejamos ser muito grandes espiritualmente: o melhor pastor, ou o melhor pregador, a irmã mais servil, etc., tudo o melhor. Queremos ser os maiores. Então nos enchemos de conhecimento, porque queremos ser o melhor. Mas à medida que vamos avançando por este caminho, o Senhor vai tocando as nossas fortalezas, e vai quebrando-nos. Assim vem quebrantamento atrás de quebrantamento.
Antes parecia que éramos mais inteligentes; agora já não somos tanto. Antes éramos muito fortes, agora já não somos tanto. Antes podíamos fazer muitas coisas sozinhos, agora não podemos fazer as coisas sozinhos. Necessitamos cada vez mais dos irmãos. E isso conduz a um profundo quebrantamento. Isso nos faz diminuir muito, até à extremos surpreendentes.
Muitas das coisas que nos acontecem diariamente são golpes do Espírito Santo à nossa vaidade, a nossa presunção, para que nós deixemos de ser cristãos individualistas, e passemos a viver só como membros do corpo de Cristo.
Uma mudança de foco
Na epístola aos Romanos, ocorre algo muito interessante. Quando lemos os primeiros capítulos até o capítulo 8, parece que vamos em um permanente aumento, que vamos crescendo espiritualmente. Somos justificados, santificados e glorificados. E quando chegamos no capítulo 8 parece que alcançamos o topo da revelação.
Entretanto, quando vamos ao capítulo 12, ali produz em nós uma tremenda mudança de foco, uma mudança de paradigma. Ali nos diz que nós temos que ser renovados em nosso entendimento para conhecer a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Por que temos que ser renovados em nossa mente? Porque logo, nos versículos seguintes, nos diz que nós somos membros do corpo de Cristo. Não somos a unidade, não somos o corpo completo, somos só uma parte. Por isso diz: "Ninguém tenha de si mesmo um mais alto conceito do que deve ter". O individualista tem um alto conceito de si, mas aquele que chegou à realidade de ser membro do corpo tem que diminuir. E tem que reconhecer que no corpo há outros também, que tem outras expressões de Cristo que ele não tem.
Então, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, é a igreja. E na igreja, cada um de nós é apenas um membro.
O que estamos vendo de Cristo neste último tempo? Estamos vendo-o nesta expressão multicolorido e multifacetado. Estamo-lo vendo nesta multiexpressão no meio da igreja. Os grandes homens já não nos assombram. Os grandes líderes já não nos cativam. Porque a vontade de Deus neste tempo é expressar-se através do conjunto, da totalidade dos membros do corpo de Cristo.
Creio que nunca antes na história da Igreja houve tanta luz em relação a este assunto. Neste tempo uma luz muito potente está vindo, em todo mundo. Deus está fazendo um precioso trabalho de revelação.
Dois trabalhos maravilhosos
Muitas das coisas que acontecem em nossa vida cotidiana, muitos fracassos, e muitas lágrimas, sobrevêm-nos por causa disto: por um lado, para nos tirar do nosso ego, quer dizer, tirar o eu do trono do coração, e assim poder "ver" os irmãos, reconhecê-los e valorizá-los; e, por outro lado, ver que o Espírito Santo está trabalhando em nós para nos fazer transparentes e luminosos - não com a nossa própria luz, que não a temos, porque nós só refletimos a luz de Cristo.
Estes dois trabalhos são maravilhosos; entretanto, ambos também são bastante dolorosos.
Que o Senhor nos conceda a sua graça para conhecer a Cristo em toda a sua multiformidade, e que nos conceda a graça também de aceitar a preciosa obra do Espírito Santo. Porque se nós resistirmos esta obra do Espírito Santo, ele não vai poder realizá-la. Ele nunca vai violentar a nossa vontade. Às vezes nós lhe dizemos: "Por favor, não faça mais nada; não suporto mais; é muito doloroso para mim; detenha-te; espere um pouco". Então pode passar algum tempo, onde parece que os sofrimentos terminam, mas também ocorre que a obra preciosa do Espírito Santo é detida.
A Escritura diz que o Senhor Jesus "aprendeu a obediência por aquilo que padeceu", e veio a ser autor de eterna salvação, e também veio a ser sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O que foi que capacitou o Senhor para vir a ser Salvador e Sumo Sacerdote, quer dizer, para cumprir o seu ministério terrestre e o seu ministério celestial? Os sofrimentos, as aflições. Assim também ocorre conosco. Temos que padecer aqui para que nós possamos expressar, por toda a eternidade, aquele Cristo que somos chamados a expressar. Hoje é o tempo que o Espírito Santo irá produzir em nós o seu trabalho.
O livro do projeto de Deus
No Salmo 139 diz que havia um livro no qual Deus escreveu tudo o que nós íamos chegar a ser. Quando ele nos formava no ventre da nossa mãe, ele ia formando o nosso caráter de acordo ao que estava escrito em seu livro. Cada um de nós é como é, porque estava escrito no projeto de Deus para cada um. Por outro lado, em Efésios 2:10 nos diz que Deus preparou de antemão certas obras para que andássemos nelas.
Se nós unirmos estas duas passagens, temos algo tremendamente grande: que Deus de antemão projetou a nossa personalidade e também determinou as coisas que temos que fazer. Quer dizer, o que teríamos que ser e o que teríamos que fazer foi projetado de antemão. Com que propósito? Para expressar a Cristo. Quer dizer, algum aspecto do que Cristo é; algumas obras das que Cristo faz. Isto é algo maravilhoso, porque nos mostra que a nossa vida não é fruto do acaso, mas tudo foi preparado por Deus de antemão.
Há algo que nós temos que chegar a ser, e há algo que temos que fazer. Há um pouco de Cristo que você tem que expressar, e que outro não vai expressar. Há algo que você tem que fazer e que outro não vai fazer. Cada um de nós tem um pouco de Cristo com característica própria, onde o irmão que está ao seu lado não tem. Esta é a multiforme sabedoria de Deus. Esta é a iridescência de Cristo.
Obs: A palavra IRIDESCÊNCIA indica a série de reflexos brilhantes, perceptíveis no arco-íris, na madrepérola, numa bolha de sabão. É o substantivo usado para indicar a característica ou condição do que é IRIDESCENTE.
Por sua vez, o adjetivo IRIDESCENTE qualifica aquilo que apresenta ou reflete as cores do arco-íris. A palavra que está na base tanto de IRIDESCÊNCIA como de IRIDESCENTE é ÍRIS, que indica o espectro solar, ou seja, aquela série contínua de cores que corresponde à decomposição da luz branca pela refração ou pela difração.
Cristo é maravilhoso, e Cristo está se formando em nós. Cada um de nós é precioso para Deus. Cada um de nós tem um brilho de Cristo, uma cor de Cristo.
Que o Senhor nos socorra irmãos e nos ajude. Que nos dê ânimo. Quando estivermos decaídos: Tenhamos ânimo! Fé! Esperança! O Senhor completará a sua obra em nós. O Senhor nunca deixou a coisa pela metade, por fazer. Ele sempre nos leva mais adiante.
A necessidade do parakletos
Há alguns versículos na Escritura que dizem que o Espírito Santo é o nosso Consolador, em grego, o nosso parakletos. A palavra parakletos tem muitos significados, como Ajudador, Advogado, etc. Mas há um antecedente que é especialmente precioso. Nas antigas olimpíadas gregas, quando os atletas que corriam a maratona caíam pelo caminho, existia uma pessoa que se chamavam parakletos. Ele estava autorizado a levantar o cansado, animá-lo e torná-lo a pô-lo na corrida.
Isso é o que faz o Espírito Santo como nosso parakletos. Quando estamos cansados, quando tropeçamos, quando estamos desanimados, quando parece que não há esperança para nós, então o Espírito Santo nos levanta, e nos diz: Vá adiante!
Que o Senhor nos conceda a sua graça para chegar até o final, e para que aquilo que é de Cristo a qual fomos chamados a expressar seja expresso, e aquilo que é de Cristo que fomos chamados a fazer seja feito. Amém.

DECEPÇÃO: O DESAFIO DE VOLTAR A CONFIAR

1. INTRODUÇÃO
Quem, dentre nós, já não se decepcionou com alguém?
Sabemos que a decepção faz parte da vida de cada um de nós. Decepcionar-se, na verdade, é deixar-se surpreender pelo comportamento de alguém, de quem esperávamos outra atitude numa determinada situação.
Por isto, o modo como lidamos com a decepção sinaliza nosso nível de maturidade.

2. A DECEPÇÃO NA BÍBLIA
A Bíblia está cheia de histórias de decepções entre pessoas e até mesmo entre pessoas e Deus.

2. Decepções inter-humanas
Eis algumas das decepções que marcaram as vidas de muitas pessoas.

Samuel era um profeta, sacerdote e juiz que fazia tudo por seu povo. Assim mesmo, depois de tantos serviços prestados, os israelitas lhe pediram que lhes escolhesse um rei, que não fosse ele, nem seus filhos. O pedido o deixou enormemente decepcionado. As palavras com as quais quiseram descartar seus líderes foram dolorosas: "Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações" (1Samuel 8.5). Não esperava ser descartado como um velho. Não esperava que seu modo de governar fosse substituído por outro. Samuel se esqueceu do que é a natureza humana. Deus o consolou, dizendo que não era ele a quem o povo rejeitava, mas ao próprio Deus (1Samuel 8.4-22).
A sabedoria bíblica, por isto, nos pede para fazer o bem sem olhar a quem, como se fizéssemos o bem de olhos fechados, sem ver a quem servimos, que é a única maneira de jamais sermos decepcionados.

3. Depois de uma vitória militar, Davi voltou para casa, a fim de compartilhar sua alegria. O rei retornou dançando diante de Deus e na presença de homens e mulheres. Tomada pelo ciúme, sua esposa o repreendeu publicamente. Foi mútua a decepção; sua esposa, Mical, decepcionou-se por causa do ciúme; Davi decepcionou-se por causa da falta de compreensão dela. Os dois se separaram (2Samuel 6.14-23).

4. No começo do Cristianismo, Paulo e Pedro se envolveram numa disputa teológica, que terminou com um acordo, selado perante muitas testemunhas e por escrito, que preservava a unidade da Igreja no Espírito Santo. No entanto, algum tempo depois, o apóstolo Pedro decepcionou o apóstolo Paulo quando, diante do seu público judaico, adotou um comportamento contrário ao que fora acertado, talvez em busca do aplauso da platéia (Gálatas 2.11).

Jonas decepcionou-se com Deus, porque Este o chamou para pregar a um povo de quem não gostava. Depois de ter tentado fugir, acabou pregando àquela gente que, para sua decepção, aceitou a sua mensagem. Mesmo depois de corrigido por Deus, preferiu curtir a sua decepção (Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado [ressentido, em outra versão] em lugar de mudar de atitude).

O discípulo Judas desejou que seu Mestre, Jesus, fosse o Messias político que ele e muitos outros queriam. Como Jesus foi o Messias que ele não esperava, traiu-o, entregando-o à policia política judaica por 30 moedas de prata, dinheiro suficiente para comprar um terreno próprio para abrigar um cemitério (Mateus 27.7) . Seu beijo público selou sua decepção, que terminou com uma corda no pescoço (Mateus 26.47-50; 27.3-5).

As decepções destes homens e mulheres nos ajudam a fazer uma anatomia de nossas próprias decepções.


3. PORQUE NOS DECEPCIONAMOS
Só se decepciona com as pessoas quem se relaciona com as pessoas. Quem não quer se decepcionar não deve se relacionar, mas esta hipótese não é possível. Não há como reduzir a zero os nossos relacionamentos.
Em lugar de fugir das pessoas, precisamos aprender a como nos relacionar com elas e verificar como nos temos comportado. Comecemos por perguntar: por que nos decepcionamos?

1. Temos uma visão errada da natureza humana
Nós nos decepcionamos porque temos uma visão errada da natureza humana, ao nos esquecermos que decepcionar é da condição humana. Devemos nos lembrar que em nós, não há bem nenhum.
Recordar o ensino bíblico acerca dos pecados nos ajuda a viver melhor. Há uma lei (um comportamento típico) em mim, que produz a seguinte característica: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim (Romanos 7.21). A razão disto é que todos [os seres humanos] se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer (Romanos 3.12). Por mais dura que seja esta verdade, esta é a verdade.
Por esta razão, Deus nos ensina a nos relacionar com os homens, mas não a confiar neles. O desafio de Jeremias pode não ser politicamente correto, mas é correto em todos os outros níveis, ao declarar: Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força" (Jeremias 17.5a,b).

Esperamos demais das pessoas.
Um dos comportamentos produtores de decepção é a expectativa errada acerca dos outros. Neste trajeto, idealizamos as pessoas, idealizamos os relacionamentos, acabamos esperando demais das pessoas, esperando delas o que não podem dar. Há pais que esperam demais dos seus filhos.
Não podemos esperar que o nosso próximo (mesmo o mais próximo) supra o que não pode suprir.
Relacionemo-nos, mas não esperemos gratidão sempre. Só dez por cento das pessoas a quem socorremos, ajudamos e amamos nos socorrerá, nos ajudará e nos amará. O sentido de gratidão é uma exceção espiritual, não um comportamento natural. Quando só voltaram para agradecer um dos dez leprosos que curara, Jesus, que conhecia a alma humana, mostrou aos seus discípulos o que é a natureza humana (Lucas 17.17).

Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que têm algo contra nós venham conversar conosco, para buscar o entendimento e, quem sabe, a paz. Isto pode acontecer, mas o padrão humano é nos condenarem sem nos dar a oportunidade de defesa.
Relacionemo-nos, mas não esperemos que aqueles que nos ofenderam venham nos pedir perdão sincero. Isto pode até acontecer, mas o padrão humano, na melhor das hipóteses, é um pedido desculposo, do tipo: "oh, eu não quis ofender você, mas, se ofendi, peço perdão". Ou a gente ofende ou não ofende, não importa se culposa ou dolosamente. Não há meio termo.
Se a decepção é uma verdade, também é uma verdade que, apesar dela, precisamos nos relacionar. A recusa ao outro não é uma opção válida.

3. Esquecemo-nos que somos capazes de cometer os mesmos erros que os outros cometem conosco.
Há algo em nós que precisa de cuidado. Parte de nossas frustrações relacionais advém de erros que nós cometemos, não de falhas dos outros para conosco.
Precisamos nos lembrar que há um Pedro dentro de nós. Mesmo advertido de que o faria, o futuro líder da igreja de Cristo negou a Jesus três vezes num curto espaço de tempo. Ele ficou tão decepcionado consigo mesmo, que chorou amargamente (Mt 26.75).

Devemos ter a visão correta da natureza humana, inclusive para evitar a auto-decepção. Agar, quando ficou grávida, tripudiou sobre Sara, que era estéril (Gênesis 16.4). Sara jamais poderia imaginar aquele comportamento por parte de sua empregada, mas ela o teve, decepcionando-a. Agar, portando, ao se decepcionar com Abraão e Sara, se esqueceu do que ela mesma fizera.

Não somos perfeitos. Somos Pedro. Somos Sara. Somos Abraão. Somos Agar. Não nos esqueçamos que, por vezes, nós somos os agentes da decepção. Oremos a Deus para nos dar discernimento para ver nossos próprios enganos. O pior engano é o auto-engano.


4. O QUE A DECEPÇÃO FAZ
Se não temos estas visões, a decepção nos alcança e faz estragos nas nossas vidas.

1. Com aquele que decepciona
Diante da decepção, que traz transtorno de vários níveis às pessoas, a primeira percepção que devemos ter é o que acontece com aquele que nos decepciona. Quase sempre, não lhe acontece nada. Ele nos decepciona hoje, outro amanhã, e segue a sua vida, como se nada tivesse acontecido.
Em alguns casos, o decepcionador pode até sentir um pouco de culpa, se ficar sabendo do que fez, mas muito dificilmente no mesmo grau do mal que provocou.
Esta realidade pode gerar revolta em nós, mas nem sempre nossa indignação produz alguma mudança no quadro. Não estou pregando o conformismo, mas apenas descrevendo uma parte da realidade. Não estou pregando que abramos mão da justiça, mas que não passemos a vida esperando que quem nos decepcionou nos procure e se acerte conosco. Até devemos orar por isto, mas orar entregando este assunto ao Senhor, para que vivamos em paz.
De igual modo, devemos nos questionar se não estamos decepcionando alguém. O ideal é que cada um de nós sempre se pergunte pelas conseqüências dos seus atos. Se decepcionamos, que Deus nos ajude a tomar consciência, a pedir perdão e a reparar o mal cometido.

2. Com aquele que se decepciona
Interessa-nos mais, por estar mais ao nosso alcance reescrever a história, com o que acontece com quem é decepcionado. A experiência da decepção pode produzir ódio, ressentimento e esgotamento.

. A decepção pode resultar em ódio.
Deus nunca de fato nos decepciona, razão porque toda decepção com ele é uma decepção consigo mesmo. No entanto, Caim se deixou tomar pelo ódio, que encontrou seu clímax no fratricídio. Em lugar de aceitar a razão da não-aceitação do seu sacrifício, Caiu matou seu irmão, já que não podia eliminar o "verdadeiro culpado" (Deus) pela recusa (Gênesis 4.5). O ódio é assim: uma vez desencadeado, não tem muito a ver com justiça.
Devemos tomar cuidado para que a nossa decepção não se transorme em ódio.

. A decepção pode se transformar em ressentimento.
Decepcionado com Jacó, que o enganou, com o apoio da mãe, Esaú ficou decepcionado com o irmão, que fugiu de casa (Gênesis 27.41). Esaú passou o resto da vida ressentido, desejando matá-lo. O autor da carta aos Hebreus informa que ele nunca foi feliz, embora tentasse, por lhe ter faltado arrependimento (Hebreus 12.17).

. A decepção pode levar ao esgotamento relacional.
Também equivocadamente decepcionado com Deus, que aceitou o arrependimento de Nínive, Jonas deixou a cidade, fez uma cabana escondida e entrou nela, para não ver ninguém (Jonas 4.5). A decepção de Jonas provocou nele um esgotamento espiritual e relacional.
O esgotamento relacional tem a ver com uma espécie de descrença generalizada no ser humano. A partir de uma ou mais experiência(s), todos são julgados como iguais àqueles que um dia trouxeram decepção.

5. O DESAFIO DE VOLTAR A CONFIAR
Se o preço da decepção é alto, é mais alto ainda o preço de não nos relacionarmos, pela simples razão de que não o conseguimos e, no fundo, não o queremos.
Jesus é um exemplo de como nos devemos comportar, mesmo depois da decepção. Após a ingratidão dos nove leprosos (Lucas 17.17), Jesus continuou a curar. Ele não desistiu de fazer o bem porque recebeu a indiferença da maioria como resposta. Podemos imaginar que o fazia pela alegria de alguns, apesar da insensibilidade para a gratidão por parte da maioria. Ele não fazia para ser reconhecido (para que lhe agradecessem). Na verdade, Ele era reconhecido (notado) pelo que fazia.
Há uma personagem bíblica muita marcada pelas decepções. Eu me refiro ao apóstolo Paulo. João Marcos, o sobrinho de Barnabé (Colossenses 4.10), foi um dos que o decepcionaram (Atos 15.39), mas, alguns anos depois, o apóstolo fez um estranho pedido a Timóteo, seu colaborador: Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério (2Timóteo 4.11). Paulo aceitou o desafio de voltar a confiar em Marcos, tornando-se de novo seu cooperador (Filemon 24). Aquele que o abandonara era agora um cooperador de grande valor.
Com relação, portanto, àqueles que nos decepcionam, nossa atitude deve ser a de Paulo em relação a João Marcos. Ele não recusou relacionar-se.

Pela boca do profeta Jeremias, Deus nos orienta a como proceder.

[TEXTO BÍBLICO]
Assim diz o Senhor:
"Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força e cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém.
Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto".
O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?
(Jeremias 17.5-9).

Deste texto podemos derivar alguns princípios a reger as nossas práticas.

1. Só devemos confiar de modo absoluto em Deus.
Há um nível de confiança que só pode ser dedicada a Deus. Não podemos confiar nos homens como quem confia em Deus. Só Ele é a nossa força, não a humanidade mortal (verso 5). Em Deus nossa confiança deve ser absoluta.
Há um nível de confiança que deve permear os nossos relacionamentos. Sem ela, não há convivência saudável. Com os nossos semelhantes, a confiança deve ser necessariamente relativa. Devemos nos relacionar, mas não devemos ser ingênuos. Não podemos nos esquecer que o coração é enganoso (verso 9).

2. Nossa confiança no homem não nos pode afastar de Deus.
Precisamos confiar para nos relacionarmos, mas é um equívoco acreditar na bondade natural do coração humano. Se houver uma confiança homem-homem extrapolando o nível adequado, o resultado é uma proximidade tal que nos afastamos de Deus. A advertência de Jeremias (verso 5) parte de uma verificação da realidade: quando confiamos demais em nós mesmos ou nos outros, nós deixamos de buscar Aquele que jamais nos decepciona.

3. Precisamos estar atentos ao bem que o outro pode nos fazer.
Mesmo em meio às frustrações, próprias da condição humana, o outro é, muitas vezes, o emissário de Deus para nos mostrar o bem (verso 6). Gosto de ouvir Paulo falando de seus companheiros.
Ele chama Priscila e Áqüila de cooperadores em Cristo Jesus, tendo sido capazes de arriscar suas próprias cabeças por ele, razão porque lhes agradecia (Romanos 16.3-4).
Quando esperava a chegada de Estéfanas, Fortunato e Acaico,Paulo informa que eles supriram o que lhe faltava. Diz Paulo: eles trouxeram refrigério ao meu espírito. Por isto, pede aos seus leitores: Reconhecei, pois, a homens como estes (1Coríntios 16.17-18).
Certamente Timóteo não era perfeito, mas dele seu mestre disse: Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria (2Timóteo 1.4 ).

4. Devemos transformar a decepção num caminho de volta para Deus.

Há um lado positivo na decepção; é quando ela nos ajuda a nos voltarmos para Deus como Aquele em Quem podemos realmente confiar. Ela nos lembra quem é o ser humano; ela nos recorda quem somos nós; ela nos apresenta Quem é Deus.
Por isto, devemos ter sempre diante de nós a advertência de Jeremias, que, a propósito, encontra eco na descrição do poeta do salmo 1: Bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.... Somos seres espirituais passando por experiências humanas...

O que é o homem para que com ele te importes?
Texto para hoje:
Salmo 8.3-4 – “Quando contemplo os céus. Obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem mortal , para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?”
INTRODUÇÃO
No livro dos Salmos temos uma vastidão de ensinos incontáveis. Particularmente olho exaustivamente para este livro da bíblia com o espírito curioso, desejando aprender como orar, como conversar, como me relacionar com Deus. Notem o grau de intimidade e cumplicidade que há entre Davi e Deus. Havia intimidade extrema, um grau de cumplicidade explícita acentuado. Descubro entre outras coisas neste livro, como orar de forma agradável a Deus. Sim, orar de forma agradável. Muitas das nossas orações são tediosas e entediantes. Lamúrias, lamentos e reclamações. Davi orava gosto, a conversa era agradável, o papo se estendia por longas horas.
Hoje nós temos uma conversa assim, agradável e reveladora entre Davi e Deus. Muitas vezes buscamos a leitura da bíblia com o objetivo de conhecermos a Deus. Neste Salmo nós temos uma síntese do que é a bíblia. Ela não é um livro sobre Deus, mas sobre o homem. A bíblia revela Deus, mas fala do homem. Se você aprofundar seus estudos bíblicos você conhecerá a humanidade do homem. De Deus a bíblia só revela o essencial, aquilo que ele deixou para ser revelado, mas do homem ela revela tudo.
E por que a bíblia revela muito do homem e pouco de Deus? Eu diria que por dois motivos:
- A primeira razão é a de que eu preciso primeiro conhecer toda complexidade da criação humana e o propósito de Deus em nos criar frágeis e dependentes da sua glória e poder. Tudo o que aprendemos sobre o homem na bíblia, é para ser homens como devemos ser, família como família deve ser, cristãos como cristãos deve ser.
- A segunda razão, é que Deus não nos revelou mais de si na bíblia porque ele quer que mais coisas sejam descobertas sobre Ele através de relacionamento. Portanto, se você pensava que lendo muito a bíblia se tornaria um profundo conhecedor de Deus, você cometeu um erro clássico.
Quando conhecendo perfeitamente a complexidade e fragilidade da nossa humanidade nos lançamos nos braços de Deus, aí sim começamos a conhecer a Deus.
É isto, Deus só nos permitiu conhecermos dele na bíblia o suficiente para despertar nosso desejo e curiosidade de conhecermos mais dele. Portanto a bíblia não foi escrita para revelar Deus ao homem, mas para nos revelar quem nós somos a partir da visão de Deus.
Deus não é o objeto de estudo da bíblia, o homem é este objeto. Não devemos dissecar a bíblia para esquadrinhar e conhecer Deus. Deus é o idealizador da bíblia, e nela ele nos revela quem somos. Nela ele nos revela o que nos acontecerá se vivermos separados dele, e as possibilidades que temos se resolvermos viver uma vida na sua presença.
Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.... Somos seres espirituais passando por experiências humanas...

Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis... e
um Deus incomparável.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Verdadeira Conversão

Jesus rejeitava, muitas vezes, aqueles que tentavam segui-lo. A um jovem rico que buscava o seu conselho, ele replicou com palavras tão fortes que o homem foi embora entristecido, não disposto a seguir Jesus a tão alto preço (Mateus 19:16-22).
A um importante líder religioso, Nicodemos, que tinha vindo louvando Jesus, o Senhor respondeu abruptamente: Você tem que nascer de novo, se quiser ao menos ver o reino de Deus (João 3:1-8)!
Jesus pintava francamente as dificuldades em segui-lo e rejeitava todos os que tentavam fazê-lo de forma inadequada (Lucas 9:57-62).
Jesus pregou sobre o tema: "Não pode ser meu discípulo", discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes de embarcar na vida de discípulo (Lucas 14:25-33).
Não era porque Jesus não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo para buscar e salvar os perdidos (Lucas 19:10).
Ele estava profundamente comovido pelas multidões perdidas e ansiava pela sua conversão (Mateus 9:35-38; Lucas 19:40-41). Mas Jesus sabia que não seria fácil para os homens segui-lo e que eles estariam inclinados a enganarem-se a si mesmos, pensando que eram discípulos, quando não eram. O Senhor nunca deixou de declarar francamente o que a conversão real exige.
Em duas ocasiões separadas, Jesus retratou a cena apavorante do julgamento, quando os homens condenados estivessem esperando ser aceitos por Deus, mas não seriam (Mateus 7:21-23; Lucas 13:22-30). Há muitos, que se consideram fiéis a Deus, que ele não aceita. É essencial examinarmo-nos. Talvez nos sintamos confiantes em nossa salvação, mas assim o fizeram aqueles de Mateus 7 e Lucas 13. O que Jesus exige para sermos realmente convertidos?
Humildade Espiritual
Em Mateus 18:1-5 Jesus usou uma criança para ensinar a lição que temos que humilharmo-nos para entrarmos no reino de Deus. Freqüentemente, a humildade era a qualidade que distinguia os verdadeiros discípulos (Marcos 2:13-17; Lucas 7:36-50; 18:9-14). O primeiro passo em direção à bem-aventurança é ser pobre em espírito, isto é, reconhecer o nosso próprio vazio espiritual e a indignidade (Mateus 5:3). Os sermões do livro de Atos sempre destacaram a culpa do homem. A verdadeira conversão nunca ocorre, a menos que a pessoa se tenha humilhado primeiro.
A troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, em João 3, é fascinante. Nicodemos era um chefe religioso. Ele veio a Jesus, louvando seus ensinamentos e milagres. É difícil saber o que se passava na mente de Nicodemos, enquanto falava. Talvez estivesse esperando louvor, uma posição na administração de Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele mesmo estava fazendo, como mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de Jesus foi: "Nicodemos, você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no reino de Deus." Seja o que for que Nicodemos estivesse esperando, não era isto! A resposta de Jesus significava que toda a religião de Nicodemos, toda a sua atividade no ensino, toda a sua posição no judaísmo, eram sem valor, em relação ao domínio de Deus. Nós também precisamos ver que toda a nossa religião e nossa própria grandeza nada valem. As realizações do passado nada representam. Precisamos recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num relacionamento com Deus.
Cálculo da Despesa
Jesus ensinou que é loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será exigido para terminá-lo. Ele ilustrou com a idéia de um homem que começou a construir uma torre, mas loucamente esqueceu de fazer um orçamento para determinar se teria fundos para completá-la, e assim teve que parar no meio do projeto. A verdadeira conversão necessita de um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus espera do convertido.
Observe em Lucas 14:26, 27, 33: "Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. . . . Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo".Para servir a Deus fielmente, ele precisa ter o primeiro lugar em minha vida. Preciso servi-lo acima das considerações de família, do bem-estar material e de meus próprios desejos. Jesus ressaltou a necessidade de tomar-se a própria cruz. A cruz daquele tempo era um instrumento de morte, e não um objeto ornamental. Jesus estava dizendo que haveria dificuldades e lutas para quem o servisse (Hebreus 11; Mateus 10:24-25). Não seria fácil. O conceito atual de uma religião confortável, socialmente correta, é bem diferente do ensinamento de Cristo, que é preciso sacrificar os próprios desejos, a si mesmo e até a própria vida (veja Lucas 9:23-24; Mateus 10:34-39; 16:24).

Verdadeiro Arrependimento
O arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão (Atos 2:38; 17:30), envolve morte ao pecado (Romanos 6). A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo. Tem que haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como matar o velho homem e revestir-se com o novo, e descreve com minúcias as mudanças exatas que precisam ser feitas (examine Efésios 4:17-32; Colossenses 3). Maus hábitos — embriaguez, imoralidade sexual, ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao passo que devem ser acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a humildade. Este é o resultado do arrependimento.
Muitas pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem arrependimento. Elas ensinam um cristianismo indolor, que não exige sacrifício. Elas salientam as emoções, a felicidade e as bênçãos, porém pensam pouco sobre as mudanças reais que a conversão exige na vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: Não há conversão sem transformação. Aquele que creu e foi batizado, aquele que até mesmo foi aceito numa igreja e participa fielmente das atividades religiosas, mas que não se arrependeu, não é salvo. O arrependimento é um compromisso sério, determinado, para mudar sua própria vida.
Batismo Bíblico
Quase todas as religiões dizem alguma coisa sobre o batismo, mas os procedimentos que são aceitos como batismo variam muito. Atos 19:1-7 mostra que nem todo “batismo” é aceitável pelo Senhor; aqueles que tinham sido imersos com o batismo de João tiveram que ser batizados novamente, porque o batismo anterior não era válido. É verdade que só há um único batismo bíblico, mas pode haver muitas outras coisas chamadas batismo, que Deus não aceita. Se a pessoa não foi batizada corretamente, então não recebeu o batismo das Escrituras, e tem que ser imersa novamente.
Ilustremos. Algumas coisas são chamadas de Ceia do Senhor, que o Senhor não reconhece. Para tomar parte realmente na Ceia do Senhor, a pessoa certa precisa executar o ato certo, pelo motivo certo. A pessoa precisa ser um discípulo fiel. Se um ateu comesse do pão e bebesse do fruto da vinha, ele não estaria participando da Ceia do Senhor. O ato exigido é para comer do pão e beber do suco da uva. Se alguém repartisse um cachorro quente e um refrigerante, isso não seria a Ceia do Senhor. O motivo tem que ser relembrar a morte do Senhor. Se alguém tomasse a Ceia pensando se vai chover, o Senhor não o aceitaria. Não é difícil entender esta idéia.
Mas agora, para que o batismo seja correto, ele precisa envolver apessoa certa, que realiza o ato certo, pelo motivo certo. A pessoa tem que ser um crente que se arrependeu (Marcos 16:16; Atos 2:38). O ato tem que ser o sepultamento na água (Colossenses 2:12; Romanos 6:3-4). O motivo tem que ser o perdão dos pecados (Atos 2:38; 22:16). Muitos "batismos" não incluem estes pontos. Quando recém-nascidos, ou adultos que nunca realmente se arrependeram, são batizados, o batismo é inválido. Quando alguém é aspergido e não é imerso, isso não é batismo verdadeiro. Quando alguém é batizado por outros motivos que não para receber a remissão dos pecados, seu batismo é inútil.
É importante analisar cuidadosamente este último ponto, em vista dos falsos ensinamentos prevalecentes, no que dizem respeito ao propósito do batismo. É ensinado comumente que se é salvo pela fé somente, por aceitar Jesus no coração, ou simplesmente por levantar a mão, em resposta a um apelo a identificar-se com Cristo. Aqueles que assim ensinam dizem que o batismo é um sinal exterior de que já se foi salvo. Eles ensinam que o batismo é uma maneira de identificar-se visualmente com a congregação de crentes, mas que isso nada tem a ver com Deus perdoar os pecados de alguém. Assim, muitas pessoas são batizadas com a noção errada de que Deus já os tinha perdoado. Biblicamente, o batismo é essencial para se receber a salvação (Marcos 16:16; Atos 2:38; 22:16; Romanos 6:3-4; 1 Pedro 3:21). O batismo bíblico precisa ser para a remissão dos pecados. Portanto, aquele que cria que já estava salvo quando foi batizado, não foi batizado para a remissão dos pecados, e ainda precisa receber o batismo bíblico, para ser salvo pelo Senhor.
Conclusão
A tendência das pessoas religiosas do século vinte tem sido amenizar as exigências da conversão e inventar um plano mais fácil. A mensagem deles é muito diferente da de Jesus, que até repelia os candidatos a discípulos, dizendo-lhes as condições estritas que ele impunha. Muitos se surpreenderão ao saber, no dia do julgamento, que o Senhor jamais os tinha conhecido (Mateus 7:21-23; Lucas 13:22-30). Vamos Reexaminar nossa própria conversão. Vamos Ensinar a outros nos certificando com cuidado que não tentamos passar por cima das exigências de Deus.

por Gary Fisher

A oração que mudou o propósito de Deus

ll Rs 20: 1-5A oração que mudou o propósito de Deus
ll Rs 20: 1-5
Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.
Então virou o rosto para a parede, e orou ao SENHOR, dizendo:
Ah, SENHOR! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.
Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do SENHOR dizendo: Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do SENHOR.
A oração do Reis Ezequias mudou o propósito ( Objetivo final a alcançar) de Deus em relação a sua vida.
A Oração mudou o propósito de Deus tinha determinado.
Aspectos da oração:
1) Ah, SENHOR! Suplico-te lembrar – Ele reconhece a soberania de Deus, para atender ou não atender as minhas súplicas Se for de Seu desejo, se tu quiser, depende de tu querer
Será se você tem o que Deus lembrar em relação a sua vida?
Você pode lembrar a Deus de lembrar a o que você fez na sua vida?
Lembrar que andou diante de Deus em verdade nos caminhos de Deus, uma vida reta, no dia a dia, com o coração perfeito, obediente e confiante em Deus?
Será se você vai deixar uma lembrança da sua vida em sua família?
De que andei diante de Ti em verdade?
A Minha vida sempre foi de compromisso Contigo.
De que toda a minha vida tenho andado no meu dia a dia tem sido coerente com aquilo que creio.
Com o coração perfeito.
Filho meu dá-me o teu coração. (Provérbios)
Deus conhece o profundo da alma.
Bem aventurados os limpos de coração, um coração sem rancor, um coração reto, um coração que perdoa, Deus opera num coração assim e poderá mudar Seu propósito quando solicitado na sua oração, pede para lembrar a sua história de vida.
Estar com coração quebrantado e um espírito contrito, Ezequias chorou muitíssimo, e sua petições eram em tudo derramadas para Deus, porque Deus quer te ouvir, contar as suas tristezas diante de Deus, ele orou com a história da sua vida, mas o Senhor sabes daquele dia em diante e mudei a minha história. Deus se agrada quando você conta a sua história, quando você confessa, assim foi com Ezequias, Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei.
Assim somos nós: quando não sabemos orar e pedir, o Espírito Santo de Deus, intercede com gemidos inexprimíveis.

Mas tem crentes doentes psíquicos na Igreja.
Há uma diferença entre em se aborrecer e continuar aborrecido.
Em não perdoar e guardar mágoas.
A história de José: Tinha tudo para ter ódio e vingança para com seus irmãos, mas tinha um coração puro.

Vão é o Socorro Humano

Salmos 60:11 - Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem.

Em meio a tantas pressões e batalhas dos inimigos ao redor, a conclusão final de Davi é: “Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem” (Salmo 60:11).

Só de ler a relação dos inimigos que lutaram contra o rei Davi, só isso já nos deixa cansados. Além do mais, quando conhecemos os detalhes dos muitos embates que enfrentaram o escolhido do Senhor, temos a tendência de olhar para o dia a dia de nossa vida cristã e perguntar: Será que, conosco, as coisas deveriam ser diferentes, mais tranquilas?

A resposta nós encontramos, quando examinamos a vida diária dos muitos “heróis da fé”, na narração da Bíblia. Para nossa surpresa, descobrimos que nenhum deles teve vida fácil. Para manter um nível de saúde espiritual, todos os seguidores do Senhor sofreram as pressões do mundo. Entretanto, em todos os casos, descobrimos a fidelidade do Senhor, garantindo ajuda, consolo e vitória. Paralelamente, todas as vezes que servos de Deus buscaram ajuda humana, em meio às tribulações, ficaram desapontados. É importante descobrir que o socorro dado pelos homens é vão. Mesmo os mais bem intencionados sofrem do mesmo mal: eles são frágeis também. Na angústia, o auxílio que resolve é o do Senhor.

Salmos 60:11 - Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem.

Em meio a tantas pressões e batalhas dos inimigos ao redor, a conclusão final de Davi é: “Dá-nos auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem” (Salmo 60:11).

Só de ler a relação dos inimigos que lutaram contra o rei Davi, só isso já nos deixa cansados. Além do mais, quando conhecemos os detalhes dos muitos embates que enfrentaram o escolhido do Senhor, temos a tendência de olhar para o dia a dia de nossa vida cristã e perguntar: Será que, conosco, as coisas deveriam ser diferentes, mais tranquilas?

A resposta nós encontramos, quando examinamos a vida diária dos muitos “heróis da fé”, na narração da Bíblia. Para nossa surpresa, descobrimos que nenhum deles teve vida fácil. Para manter um nível de saúde espiritual, todos os seguidores do Senhor sofreram as pressões do mundo. Entretanto, em todos os casos, descobrimos a fidelidade do Senhor, garantindo ajuda, consolo e vitória. Paralelamente, todas as vezes que servos de Deus buscaram ajuda humana, em meio às tribulações, ficaram desapontados. É importante descobrir que o socorro dado pelos homens é vão. Mesmo os mais bem intencionados sofrem do mesmo mal: eles são frágeis também. Na angústia, o auxílio que resolve é o do Senhor.